O ex-presidente da Câmara dos Deputados e responsável por colocar em votação o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha (PMDB) completa nesta quinta-feira um ano de prisão.
Cunha foi preso em Brasília por ordem de Sergio Moro em outubro de 2016. Segundo o juiz, a liberdade do ex-parlamentar “representava risco à ordem pública” e havia “possibilidade concreta de fuga”.
Em março deste ano, o deputado foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas.
Pouco antes da condenação, Cunha disse em depoimento a Moro ter um aneurisma e afirmou que os presos da Lava-Jato correm “risco” nos presídios.
No Complexo Médico Penal, em Pinhais, no Paraná, onde está preso, Cunha foi integrado à equipe de presidiários que distribui as marmitas, incluindo o café da manhã, que começa às 6h. Segundo a Lei de Execução Penal, a cada três dias trabalhados, o detento abate um de pena.
A pesar de tratado com reverência pelos detidos na Lava-Jato, o ex-parlamentar é tido como o mais frio dos presos que já passaram pelo presídio.
Cunha é acusado de ter recebido US$ 1,5 milhão em um negócio da Petrobras em Benin, na África. Além do recebimento do dinheiro, o ex-deputado foi condenado por ter ocultado os valores entre 2011 e 2014, enquanto era deputado, segundo Moro.
Ele nega irregularidade e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio.
Fonte: Valor Econômico