Filiada ao PSDB, partido que integra a base aliada do presidente da República em Brasília, a deputada estadual Camila Toscano defendeu a reforma trabalhista do governo de Michel Temer. As declarações foram dadas durante recente entrevista à jornalista Michele Marques, na TV Portal Mídia.
“O que eles tentaram com essa reforma trabalhista já começa a haver mudanças. O que é vejo é muita distorção naquilo que é verdade. As pessoas estão dizendo que vão rasgar a carteira de trabalho, vão rasgar a CLT e eu não vejo desse jeito”, falou a parlamentar.
Camila atacou os sindicatos e disse que há distorções porque os sindicatos perderam força e passaram a disseminar a ideia de que a reforma não servia para o Brasil.
“Vejo que tem muita coisa distorcida porque os sindicatos perderam a força, pois você não vai ser obrigado mais a pagar ao sindicato, dava dinheiro em vão ao sindicato, não estou dizendo que são todos, e muitas vezes não lhe retorna em nada. Eles perderam essa força e começaram a propagar a ideia que essa reforma era terrível para o Brasil”, disse Toscano.
A deputada disse que os senadores paraibanos que votaram a favor da reforma, entre eles Cássio Cunha Lima, pensaram em fazer o melhor pensando que algo precisa mudar.
Camila é filha do prefeito de Guarabira e da ex-prefeita Léa Toscano, que também atua na área empresarial como sócia de uma emissora de rádio. Para muitos os defensores da reforma trabalhista são os empresários e talvez seja por isso que a parlamentar saiu na defesa da criticada reforma pela maioria dos trabalhadores brasileiros.
Repercussão na esfera política
A fala de Camila teve repercussão no meio político. O presidente do PSB de Guarabira, Célio Alves, em seu perfil na rede social facebook, fez uma postagem criticando a postura da deputada tucana.
Leia a íntegra da postagem de Célio
“Em entrevista, deputada Camila Toscano defende a reforma trabalhista de Temer que rasgou a CLT e suprimiu direitos dos trabalhadores.
Observem que, ela foi pra lá e pra cá, mas não conseguiu apontar um benefício sequer dessa reforma para o trabalhador. Chegou a citar a prevalência do acordo sobre a lei entre patrão e trabalhador.
Ora, colocar a parte mais fraca para fazer acordo com a mais forte é o mesmo que botar duas pessoas em conflito para celebrar a paz, estando apenas uma delas armada. É claro que a desarmada vai ceder muito mais, com medo.
Se o patrão propuser algo, no acordo, ao empregado restará aceitar ou ser demitido. Isso é bom, deputada?
Por isso que sou contra essa reforma. Repito: Célio Alves é terminantemente contra essa violência contra os trabalhadores!”