Oito dos nove estrangeiros condenados à morte por acusações de narcotráfico na Indonésia, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, foram colocados neste sábado em isolamento depois de terem sido notificados de sua execução iminente, indicou um porta-voz do Ministério Público.
“Agora mesmo acabamos de notificar (a execução) a cada preso, nove pessoas, exceto Serge (Atlaoui, o francês)”, disse à AFP Tony Spontana, ressaltando que os fuzilamentos só ocorrerão em no mínimo três dias. O nome de Atlaoui, que figurava na lista inicial, foi retirado no último minuto.
Familiares e diplomatas se dirigiram neste sábado à ilha de Nusakambagnan, conhecida como a “Alcatraz da Indonésia”, onde se localiza a prisão de segurança máxima na qual as condenações são cumpridas.
Na lista dos notificados, além do brasileiro Rodrigo Gularte figuram os australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan, a filipina Mary Jane Veloso, três cidadãos nigerianos e outro condenado que não foi identificado.
Já Atlaoui, que também acreditava-se que seria notificado, não foi incluído na lista, já que ainda tem esperança com um recurso de apelação em andamento.
Spontana não informou a data da execução, mas a advogada de Veloso, Minnie Lopez, disse que a condenada informou que “a sentença será implementada no dia 28 de abril”, indicou à AFP a advogada da filipina.
“As autoridades indonésias informaram os funcionários consulares que a execução de Andrew Chan e de Myuran Sukumaran será programada de forma iminente na prisão de Nusakambangan” disse a ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop.
A legislação antidrogas da Indonésia é uma das mais severas do mundo e o presidente Joko Widodo, habilitado a acolher pedidos de clemência, alega que a situação de emergência diante do problema das drogas requer a pena capital para os condenados.
Se a execução de Rodrigo Gularte, de 42 anos, ocorrer, será a segunda pena capital aplicada a um brasileiro fora do país em tempos de paz, após o fuzilamento em janeiro na Indonésia de Marcos Archer Cardoso Moreira.
Gularte foi detido em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondido em pranchas de surf.
Após ser condenado à morte, o governo indonésio negou vários pedidos de clemência. Há anos sua família tenta demonstrar que sofre de esquizofrenia e pede para que seja transferido a uma instituição psiquiátrica.
A lei indonésia obriga a anunciar a execução aos condenados ao menos 72 horas antes.