O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), ex-deputado federal, foi citado na denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot acusado de integrar de uma organização criminosa em cabeçada pelo presidente Michel Temer (PMDB). A denúncia foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo as acusações de Janot, existe dentro do PMDB, partido de Temer e Manoel Júnior, uma divisão interna para realização de articulações tanto no Senado Federal como na Câmara Federal, em que o PMDB atuava como indicações de nomes para ocupar cargos de setores estratégicos de liberação dos recursos.
De acordo com a denúncia, Manoel Júnior e 14 deputados federais eram responsáveis pela “venda” de emendas e verbas de obras que beneficiavam empresas e políticos envolvidos nos processos. “Verificou-se a atuação de organização criminosa complexa, estruturada basicamente em quatro núcleos: a) O núcleo político, formado por partidos e por seus integrantes; b) o núcleo econômico, formado por empresas que eram contratadas pela Administração Pública e que pagavam vantagens indevidas a funcionários de alto escalão e aos componentes do núcleo político; c) o núcleo administrativo, formado pelos funcionários de alto escalão da Administração Pública; e, finalmente; d) o núcleo financeiro, formado pelos operadores que concretizavam o repasse de propinas, relatou Janot.
Também foram citados na denúncia os deputados federais Aníbal Gomes (PMDB-CE), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Henrique Eduardo Lyra Alves (PMDB-RN), Fernando Antônio Falcão Soares (lobista), João Magalhães (PMDB-MG), Altineu Cortes (PMDB-RJ), Andre Moura (PSC-SE), André Esteves (banqueiro), Nelson Bournier (PMDB-RJ), Solange Almeida (PMDB-RS), Carlos Willian (PTC-MG), Lúcio Bolonha Funaro (doleiro) e Arnaldo Farias de Sá (PTB).