A iniciativa da Prefeitura de Mulungu em sacrificar árvores no centro da cidade está causando polêmica nas redes sociais. Nesta segunda-feira (24), o jovem professor de Geografia, Romário Farias, usou seus perfis nas redes sociais para fazer critica ácido ao prefeito da cidade, Melquíades Nascimento.
Leia a íntegra do texto
EM MULUNGU TEMOS O CÚMULO DO PAUPERISMO CULTURAL
Como professor de Geografia que sou empenhado nas causas ambientais, não poderia me calar diante dessa atrocidade de nosso patrimônio ambiental, e porque não histórico também?
Sinceramente eu me contorço em minha cadeira diante da tamanha falta de discernimento das coisas, os meus olhos escorrem para fora do crânio enquanto eu observo o abismo desse tal futuro, que dizem ser O FUTURO É HOJE, que se instalou dentro de Mulungu.
Nem precisa ser GRADUADO em algo para saber disso, a uma necessidade crescente do crescimento econômico no Globo de maneira sustentável, ou seja, evoluir sem agredir o meio ambiente.
Acredito que vocês leitores, na escola, por qualquer grau de instrução que venha a ter, aprenderam que cortar árvores é errado. E não precisa nem votar em A e B para saber disso, é uma questão de MORAL.
Me parece que o nosso Magnífico/Excelentíssimo e adocicado Prefeito NÃO ANDA acompanhando algumas ações da Secretaria de Educação em relação a seu Projeto Pedagógico de 2018 sobre o Meio Ambiente.
SIM VOCÊ NÃO LEU ERRADO
Mesmo com um projeto de preservação ambiental nossas árvores estão sendo “REMOVIDAS” para não dizer MASSACRADAS”.
Aliás, que exemplo está sendo dado para os alunos participantes desse projeto NEH.
O que eu percebo é um descarado processo de DESMATAMENTO URBANO para possíveis projetos de melhoria urbana, onde não se encontram atentos, ou por conveniência não querem perceber, as crescentes demandas mundiais de preservação do meio ambiente.
É UMA HIPOCRISIA
– Escute o que eu falo, mas não veja o que eu faço! –
– Há mais plantamos e/ou vamos plantar PALMEIRAS IMPERIAIS para a arborização.
Meus caros perdedores de tempo que estão a ler este post, não é de hoje que sabemos que palmeiras Imperiais não fazem parte de nossa flora, é um espécime estrangeira (Que tem tudo a ver com a atual Gestão), aliás não sou eu que digo:
“Culturalmente se estabeleceu na sociedade brasileira o hábito de valorizar mais o que vem de fora em detrimento ao patrimônio nacional e por essa razão fundamentou-se uma tradição paisagística pautada por cinco séculos de importação de espécies vegetais” (MONTEIRO, 2017).
Isso me lembra um de meus poemas:
“Mulungu, madrasta de teus naturais, e dos estrangeiros Madre”
Eu particularmente não vejo nenhuma necessidade de cortar ÁRVORES para plantar “postes”, acredito muito bem que os dois poderiam conviver pacificamente lado a lado, só bastava ter um planejamento urbano adequado.
Quero acreditar que não é falta de pessoas capacitadas. E antes que digam, não sou contra os postes, sou contra a ignorância mental de algumas pessoas perante a nossa realidade.
Seria um despreparo? Uma falta de atenção?
Acredito que seriam outras coisas inomináveis neste post.
E alguns mulunuenses nessa história toda?
Permanecem calados com o Rabo entre as pernas, pois se acostumaram desde cedo com o pouco que lhe é oferecido diante dos desmandos de certos governantes com um déficit de governabilidade.
Parabéns, a nosso querido zangão municipal que anda aferroando nosso Patrimônio.
O que me deixa feliz é que pessoas de Caráter sensível diante a esse ato calamitoso, e que me representa muito bem, tomou as devidas providências para frear essa barbárie, obrigado Vereador Eudes pela denúncia junto ao Ministério Público.
P.S. O que eu poderia pedir, se é que algum mulunguense pode pedir algo a nosso leviatã municipal como um simples servo pedinte, seria que se plante mais árvores de nossa flora, inclusive o mulungu, em vez de apenas cortá-las.
Romário Farias (professor de Geografia)