Guilherme Silva Neto, de 20, estudante de matemática na Universidade Federal de Goiás, acabou morto pelo próprio pai no Setor Aeroporto, em Goiânia, nesta terça-feira (15).
De acordo com a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios, os dois teriam discutido porque o pai não queria que Guilherme fosse até uma ocupação e se opunha à participação do jovem em movimentos sociais. O crime aconteceu na Avenida República do Líbano.
“Eles tinham um conflito familiar. O pai não aceitava o envolvimento do filho em movimentos sociais”, afirmou o delegado Hellyton de Carvalho, em entrevista ao G1.
Segundo o jornal O Popular, o estudante Guilherme era atuante nas ocupações escolares contra a “PEC do Teto”, a PEC55, que limita os gastos públicos e está no Senado Federal.
De acordo com a Folha de S. Paulo, após uma discussão entre os dois, o pai de Guilherme deixou a casa para se acalmar. O jovem teria então dito que havia desistido de participar da ocupação da universidade.
O Estadão detalha ainda objeções do pai de Guilherme sobre a forma como o menino se veste:
Segundo relatos coletados pela Polícia Civil e incluídos no boletim de ocorrência, o autor do delito e pai da vítima “não concordava com o comportamento do filho que se vestia de forma alternativa, com coturnos, calça jeans com as barras para dentro, jaquetas jeans, colares, cabelo e barba grandes”. O homem discordava ainda “do estilo revolucionário do qual (Guilherme) era integrante, participando de movimentos estudantis e de manifestações contrárias às medidas governamentais, como as invasões de colégios e prédios públicos”.
Guilherme era o único filho do engenheiro Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos, e de Rosália de Moura Rosa Silva, delegada aposentada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
“A Universidade Federal de Goiás (UFG) lamenta o falecimento do jovem Guilherme Silva Neto, estudante de Matemática da Regional Goiânia, e presta condolências e solidariedade a seus familiares e amigos”, afirmou a universidade em nota.
Ainda de acordo com a Folha, os policiais encontraram uma máscara, uma barra de ferro e uma machadinha na mochila do estudante. A pistola 6.5 usada no crime e dois carregadores foram apreendidas pela polícia. Ainda de acordo com polícia, após tirar contra o filho, Alexandre se matou.