A Polícia Civil da Paraíba, por meio de uma investigação realizada pela Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios) da Capital, prendeu em flagrante na tarde da terça-feira (19), Carlos Eduardo Carneiro. Ele é suspeito de assassinar a esposa Priscila Vanessa, de 35 anos, no bairro do Mussumagro, em João Pessoa, na madrugada da última segunda-feira (18).
Inicialmente, o caso estava sendo tratado como um suicídio, mas com o levantamento de informações e o trabalho da perícia criminal, a Polícia Civil chegou à conclusão de que o caso se tratava de um homicídio. De acordo com a delegada Maria das Dores Coutinho, vários indícios na cena do crime levaram a polícia a suspeitar de que o suicídio teria sido forjado.
“Quando fomos acionados, notamos que existia violação do local do crime, para nos levar a crer que teria ocorrido o suicídio, só que com dados mais técnicos realizados pela perícia criminal conseguimos identificar que se tratava de um assassinato. A casa tinha monitoramento de câmeras de vigilância e estavam todas desligadas. Em depoimento, o suspeito não conseguiu nos convencer de quais seriam os motivos que teriam levado a esposa a ter tirado a própria vida, só nos deu uma simples alegação de que ela andava um pouco triste. Como a casa parecia bastante segura, não existe a possibilidade de uma terceira pessoa ter entrado na residência”, disse a autoridade policial, acrescentando que a polícia Civil vai continuar com as investigações até chegar a real motivação do homicídio.
“A rigor, entendemos que o que pode ter ocorrido foi uma briga de casal, eventual e que houve um momento de fúria do Carlos Eduardo e assim ele teria assassinado a esposa. No local encontramos várias armas, munições e materiais usados na montagem e manuseio de armamentos. Carlos Eduardo mantinha essas armas enterradas no jardim da casa e só tinha posse para uma pistola”, frisou.
O trabalho minucioso dos peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba foi essencial para o desfecho do caso. Segundo o perito criminal Herbert Boson, muitas provas técnicas desqualificam o argumento de suicídio. “Quando recebemos o caso e começamos com o trabalho de perícia, encontramos que na vítima não tinha marcas do que chamamos de ‘zona de tatuagem’, quando o disparo de arma de fogo não supera um metro de distância, o que já descartava que a Priscila Vanessa tivesse atirado em si própria, já que ela era de baixa estatura e a distância do braço até a cabeça não superava 60 centímetros. Além disso, nos exames foi possível comprovar que o tiro tinha vindo de cima para baixo, como se tivesse sido efetuado por alguém de estatura maior que a da vítima. E por último, não tinha pólvora na mão que Priscila teria segurado a pistola e sim na outra, na esquerda, dando a entender que ela teria tentado se defender”, explicou o perito.
O perito criminal Ademar Roberto falou de outros aspectos que levaram a perícia a afirmar que o caso não se tratava de suicídio e sim de um homicídio. “Quando verificamos o local de crime, encontramos a arma, uma pistola, em cima de uma cadeira de plástico, distante 2,5 metros da vítima e com o carregador já fora da arma. As manchas de sangue estavam no sentido vertical, como se Priscila tivesse sido morta em pé e o corpo tivesse sido manuseado e depois colocado no solo. São várias informações técnicas que dão subsídio para o trabalho pericial a afirmar que este caso é um assassinato”, detalhou Ademar.
O suspeito está na Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel e ainda hoje será encaminhado para audiência de custódia, onde ficará à disposição das decisões judiciais.