Ruralistas e empresários da cidade de Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, protestaram na manhã desta segunda-feira contra a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no município. A manifestação contou com tratores, um boneco de Lula, o pixuleco, em tamanho real atrás das grades, um homem fantasiado de preso e até cavalos com a garupa pintada com os dizeres “Lula ladrão”. A caravana de Lula pelo estado iniciou em Bagé com uma atividade na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), criada durante sua gestão.
Depois de Bagé, Lula visitou Santana do Livramento, onde encontrou Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai. Mujica criticou a centralização de líderes de esquerda em uma “figura única” e pediu que os partidos cuidem “enormemente” da conduta dos seus representantes.
Ainda em Bagé, a chegada de Lula na Unipampa, por volta das 11 horas, após deixar o Aeroporto Internacional Comandante Kraemer, gerou confusão entre apoiadores e manifestantes contrários. Não há informação sobre feridos.
Segundo o organizador do protesto, Rodrigo Moglia, presidente da Associação e do Sindicato Rural de Bagé, dezenas de tratores, caminhões e carretas estão próximas à Unipampa para chamar atenção. “É época de colheita, mas estamos aqui em demonstração de força e união da classe produtora e contrários à visita do ex-presidente. É um protesto pacífico para marcar nossa posição. Estamos vigilantes e apoiamos o Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse Moglia a VEJA. Segundo ele, cerca de 2.000 pessoas participam do protesto.
Acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Lula falou sobre a importância da Unipampa e o investimento em educação. “Investir em educação não é gasto, investir em educação é uma necessidade. Porque o Brasil não quer ser eternamente exportador de soja, o Brasil quer ser exportador de inteligência. É por isso que fiz questão de vir aqui”, disse aos apoiadores.
O ex-presidente também criticou o atual momento do país. “Vocês estão percebendo que está crescendo outra vez o número de pobre na rua, o número de indigente, o número de criança pedindo esmola. Isso tinha desaparecido no Brasil”, falou.
Fonte: Veja Online