Na próxima sexta-feira (6), véspera do prazo limite para a desincompatibilização de agentes políticos que ocupam cargos no executivo, para assegurar disputa a cargo eletivo nas próximas eleições, o governador Ricardo Coutinho reunirá a imprensa paraibana para anunciar sua decisão sobre seu futuro político.
Não precisa ser um expert da cena política para compreender que a decisão já foi tomada e que Ricardo apenas informará ao grande público o que decidiu fazer do seu futuro e de tantos outros que dependem dele. Digo isso porque não são poucos os “cabeças-chatas” que podem sofrer consequências danosas à sua sobrevivência. Aqueles que não conseguiram se desapegar do Estado por razões diversas e continuam em cargo de confiança desde a primeira gestão do socialista, estão em polvorosa.
Penso que Ricardo teme passar a batuta a Lígia por razões muito elementares. Como num time de futebol campeão, vencedor, o técnico é o responsável por encaixar as peças que tem no elenco, distribuindo em campo cada atleta em sua função e cobrando resultados. Até aqui tem dado muito certo e o time vence de goleada muitos pernas-de-pau que por essas terras passaram. Será que trocar de técnico agora, em reta final de campeonato, a técnica nova conseguirá o mesmo desempenho?
Em bom português, não se sabe se a mulher de Damião vai continuar administrando com a mesma eficiência, tocando as inúmeras obras, mantendo o equilíbrio financeiro do Estado, pagando rigorosamente em dia os salários, cumprindo os compromissos com fornecedores, mantendo a Paraíba em patamares elevados na cena política e econômica brasileira. É disso que Ricardo deve temer e ainda mais, das mudanças nos escalões de comando que podem ser levadas a cabo por Lígia. Isso desarranjaria o projeto montado desde 2011 e colocaria em cheque o que tem projetado para mais um quadriênio.
Embora ponha em risco a manutenção do status quo, entregando a gestão à vice-governadora Lígia Feliciano, sombreada pelo sagaz deputado Damião Feliciano, o governador não talvez não possa abrir mão de sua exitosa carreira política. Trocar possíveis oito anos no Senado por oito meses de mandato no Estado talvez não seja uma boa ideia. O PSB Nacional pressiona para que ele se desincompatibilize, de olho no aumento quantitativo e qualitativo da bancada no Senado. O poder de fogo em Brasília com uma bancada forte é, também, fôlego para os socialistas mais cascudos.
No dia 5 será a vez do lançamento da pré-candidatura de João Azevêdo ao Governo do Estado, com todas as pompas, no Club Cabo Branco, em João Pessoa. No dia seguinte, a palavra estará com o governador.
A semana será de pura tensão no campo político e administrativo da Paraíba. Os dias se passarão lentamente, até pela ansiedade que tomará conta de milhares, de milhões. Mas tudo será sabido da massa na sexta, quando, finalmente, Ricardo abrirá a boca para anunciar aos quatro ventos se vai ou se fica.
Jota Alves é radialista com passagens pelas rádios Constelação FM e Rural AM de Guarabira, Tabajara de João Pessoa e jornais Folha do Brejo e Jornal da Paraíba. Atualmente é editor e articulista político do Portal 25 Horas.
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