Um terremoto de magnitude 7,8 no Nepal deixou neste sábado mais de 1.200 mortos e muitos danos materiais, provocando uma avalanche que soterrou um acampamento de alpinistas no Everest.
As autoridades indicaram que ao menos 1.170 pessoas morreram no Nepal, o que faz deste terremoto o mais mortífero no país em 80 anos.
No entanto, o balanço final do tremor pode ser muito maior, enquanto dezenas de pessoas também morreram nas vizinhas Índia e China.
“O número de mortos chegou a 1.170”, informou o porta-voz da polícia do país, Kamal Singh Bam, à AFP, acrescentando que as operações de resgate estão em andamento.
Equipes de emergência se espalharam por todo o país para resgatar as pessoas presas nos escombros de construções que desabaram, e governos do mundo inteiro ofereceram ajuda.
Os Estados Unidos anunciaram o envio de uma equipe de socorristas e o desbloqueio de uma ajuda de um milhão de dólares ao país.
O escritório de assistência a desastres no exterior (OFDA), que faz parte da USAID, “enviará uma equipe de socorristas e assistência em resposta ao terremoto no Nepal, e autorizou a liberação de um milhão de dólares para atender às necessidades mais urgentes”, tuitou o diretor do OFDA, Jeremy Konyndyk.
Segundo o porta-voz da polícia nepalesa, “foram reportadas mortes em todas as regiões (do país), exceto no extremo oeste. Todos os nossos agentes de segurança foram mobilizados para resgatar e ajudar as pessoas em necessidade”.
Os maiores danos foram registrados em Katmandu, onde o terremoto, que ocorreu por volta do meio-dia local (03h11 de Brasília), desencadeou o pânico entre a população, que saiu às ruas apavorada, e arruinou muitos edifícios.
A histórica torre Dharahara, uma das maiores atrações turísticas da cidade, não resistiu aos abalos e seus nove andares vieram abaixo, deixando uma montanha de escombros.
Um fotógrafo da AFP acompanhou a retirada de ao menos 12 corpos das ruínas da torre, onde as equipes de resgate seguiam trabalhando.
“Ao meu redor os muros das casas caíram. Todas as famílias estão do lado de fora, no quintal, amontoadas umas contra as outras, os tremores prosseguem”, constatou um correspondente de Katmandu.
“Tudo começou a tremer. Tudo caía. As paredes em torno da via principal desabaram. Os portões dos estádios caíram”, disse Anupa Shrestha, um morador.
Um funcionário da embaixada da Holanda na capital do Nepal, Kari Cuelenaere, contou que uma piscina se esvaziou por completo em um hotel onde era celebrada a festa nacional holandesa. “Foi horrível, de repente toda a água saiu da piscina e molhou todas as pessoas, as crianças começaram a gritar”, disse.
O terremoto cortou vias de acesso à capital e provocou danos no aeroporto internacional de Katmandu, que precisou ser fechado por motivos de segurança, segundo seu diretor, Birendra Prasad Shrestha.