A matriz da organização feminista Femen, na Ucrânia, rompeu com a líder do braço brasileiro do grupo, Sara Winter, e a acusa de mentir e fazer “coisas desonestas”, como não realizar uma ação para a qual recebeu dinheiro da Europa. O grupo é famoso por promover ações em diversos países, sempre com mulheres seminuas.
A representante do Femen Brazil, Sara Winter, de 20 anos, rebate as acusações. Ela afirma que a liderança da organização na Ucrânia assumiu uma postura “ditatorial” com as brasileiras, com pedidos inusitados e desrespeitosos à cultura do país, e nega o uso irregular de verbas enviadas da matriz e destinadas aos protestos.
Em entrevista ao G1, de Kiev, a ativista e cofundadora do Femen, Alexandra Shevchenko, disse neste sábado (18) que Sara foi excluída da organização porque “não respeitava a ideologia” do grupo. “Ela não foi capaz de fazer o que era necessário. Ela não estava pronta para ser parte do Femen”, disse a ativista.
Alexandra afirma que o Femen mandou dinheiro para Sara e que uma parte era para seu uso pessoal, pois relatou às fundadoras na Ucrânia que vivia um momento de dificuldade financeira, enquanto outra parte era para realizar uma ação do grupo, que nunca aconteceu.
A cofundadora da organização alega que Sara se recusou a explicar o que foi feito do dinheiro, e também não se prontificou a devolvê-lo. A ucraniana não quis dizer qual seria o valor enviado ao Brasil.
Sobre as acusações, Sara afirma ter todas as notas e comprovantes dos gastos do Femen Brazil e que a liderança ucraniana tem conhecimento de como o dinheiro foi utilizado.
“Em fevereiro, elas mandaram R$ 2.700 para financiar alimentação, transporte e hospedagem das ativistas durante protestos que ocorreriam no carnaval. A gente ia invadir o sambódromo [do Rio de Janeiro], mas não deu certo. Íamos transferir a data, mas elas mandaram parar imediatamente com a ação. Ela [Alexandra] disse a mim, pelo Skype, que eu poderia ficar com o resto do dinheiro para alugar uma sede para a organização, que não precisaria ser aplicado em outra ação, mas poderia ser usado em benefício do Femen”, explicou.
Fonte: G1