O cinegrafista Santiago Ilídio de Andrade, que teve morte cerebral nesta segunda-feira (10), quatro dias após ser atingido na cabeça por um rojão, enquanto cobria uma manifestação no Rio de Janeiro, nunca gostou de briga e estava sempre pronto para ajudar, segundo amigos e colegas de trabalho que prestaram homenagem a ele nesta segunda. “Nunca vi ele enrolado em briga, nunca gostou de briga, sempre afastou. Ele gostava era de ajudar todo mundo. Ele era um parceiro, velho”, afirmou o colega José Arnaldo dos Santos, em entrevista ao Jornal Nacional (veja no vídeo acima).
Santiago tinha 49 anos e deixa três enteados e uma filha, que seguiu o caminho do pai e se tornou jornalista. Após a morte cerebral do cinegrafista, a família de Santiago decidiu doar seus órgãos.
“Sabe aquelas pessoas assim que são fáceis de gostar? Uma das pessoas mais fáceis de se gostar que eu conheci”, disse o amigo Alexandre Tortoriello.
Santiago trabalhava havia dez anos na rede de TV Bandeirantes. Ele chegou a viajar por várias partes do mundo registrando imagens. Os dois prêmios de jornalismo que conquistou foram por reportagens sobre transportes, ônibus lotados, trens atrasados e a dura realidade do Rio de Janeiro, cidade em que nasceu.
“O Santiago era um artista da sua profissão. Chamava ele até de Picasso: ‘Você é o Picasso das câmeras porque você não filma, você pinta o que você faz'”, relembrou o colega Felipe Barreto.
Na tarde desta segunda, jornalistas de vários veículos da imprensa oficial e de mídias independentes se reuniram na Candelária, no Centro do Rio, para homenagear o repórter cinematográfico.
Fonte: G1