O vice-prefeito de Santa Rita, Netinho de Várzea Nova (PR), decidiu romper politicamente com o prefeito Reginaldo Pereira (PRP). Os motivos foram relatados por ele em uma longa carta aberta ao povo de Santa Rita: “Sai comigo um pequeno grupo, fica um verdadeiro exército, que não pode se manifestar para não perder seus empregos. Mas um dia, estaremos juntos para a grande batalha. Saio do governo de cabeça erguida e acima de tudo sem mágoa, rancor ou ressentimento. Peço desculpas por não ter sido melhor nas minhas atividades, estava preso as ordens e ao governo de um homem só!”.
Entre as muitas queixas de Netinho, ele cita o fato de muitos auxiliares, outrora chamados de “ministros”, terem deixado a gestão por “não suportar a falta de experiência e o tão falado sei tudo que o prefeito Reginaldo Pereira diz aos quatro cantos”. Além disso, o vice-prefeito questiona o fato de Reginaldo ter realizado diversas viagens a Brasília, onde dizia saber onde estava “o dinheiro”. Apesar disso, as verbas federais não chegaram para obras na cidade dos canaviais.
“Quanto de recursos Reginaldo Pereira conseguiu para Santa Rita em Brasília? Alguém pode citar uma obra sequer que ele tenha trazido nesses 13 meses com recursos do governo federal? Podemos deduzir com isso que, aquela história de “Eu sei onde está o dinheiro” não passou de um engôdo eleitoral, pois no mesmo período Luciano Cartaxo prefeito de João Pessoa conseguiu muitos recursos para a sua cidade”, argumenta o vice-prefeito.
Veja trecho da carta
CARTA ABERTA AO POVO DE SANTA RITA COMUNICANDO O MEU ROMPIMENTO POLÍTICO COM REGINALDO PEREIRA
Senhoras e senhores,
Desde meados de junho de 2012, que através de um acordo partidário tive meu nome indicado pelo PR (Partido da República), para formar chapa encabeçada pelo senhor Reginaldo Pereira que até então tinha disputado por mais de 40 (quarenta) anos várias eleições para o executivo sem nunca obter êxito.
Devido a essa união, somados a uma grande e aguerrida militância, ativistas sociais e culturais e ainda mais diversas lideranças políticas de nossa cidade, a exemplo dos ex-vereadores Olavo, Moza, Cicinha, Rezende, Dr. Francisco de Paula Melo Aguiar (só para citar alguns), e principalmente mais de uma centena de candidatos a vereador e um grande exercito de militantes conhecidos e anônimos chegamos a vitória.
DIGO SEM MEDO DE ERRAR, GANHAMOS A ELEIÇÃO PORQUE TIVEMOS O APOIO DE MUITOS LÍDERES POLÍTICOS. TIVEMOS A PARTICIPAÇÃO ATIVA DE UMA GRANDE E ESFORÇADA MILITÂNCIA QUE NÃO MEDIA ESFORÇOS EM BUSCA DOS VOTOS. RECONHEÇO ESSA VITÓRIA A VÁRIOS BAIRROS QUE NOS DERAM UMA GRANDE VOTAÇÃO, DIFERENTE DO QUE DIZ REGINALDO PEREIRA, QUE ATRIBUI A ELE O SUCESSO NA ELEIÇÃO. ORA, SE ASSIM FOSSE O BAIRRO POPULAR (TIDO COMO REDUTO DE RP) NOS TERIA DADO UMA GRANDE VITÓRIA.
A CAMPANHA
Enfrentamos uma campanha difícil, haja vista que devido a inúmeras campanhas enfrentadas por Reginaldo Pereira, encontramos resistência na aceitação popular ao seu nome, cabendo a nós (todos nós acima citados) ter que empenhar o nosso nome devido o descrédito do titular, descrédito que apesar da vitória resiste até os dias de hoje.
Um exemplo prático dessa afirmação está no alto índice de rejeição de seu governo junto aos nossos munícipes, conforme foi constatado na pesquisa de opinião pública divulgada no Blog do conceituado jornalista Luis Tôrres e que diz que Reginaldo Pereira é o pior prefeito do Brasil.
Subimos e descemos ladeiras, andamos quase que todas as ruas da cidade. Conversamos com grande parte da população. E assim a chapa foi vencedora. A chapa foi vencedora, mas o povo não!
O INÍCIO DA ADMINISTRAÇÃO
Durante esses mais de treze meses, procuramos de toda a forma auxiliar o prefeito em suas atividades. Antes mesmo de assumir o cargo, participei ativamente da equipe de transição, levantando informações e repassando ao prefeito eleito.
Assumí a secretaria de Chefia de Gabinete por vários meses, dando meu expediente diariamente no prédio sede da prefeitura municipal de nossa cidade. Há quem diga que eu trabalhava na prefeitura por mim e pelo prefeito, haja vista que até o mês de setembro Reginaldo Pereira ainda não tinha colocado os pés no prédio sede da prefeitura.
Me sentí útel, pois diante de grandes nomes da qualidade de Adelton Alves, Neroaldo Pontes, José Maria de França, Clodoaldo Maximino, Valdir Lima e Sebastião Feitosa, tinha a certeza que a administração daria certo, até porque todos eram chamados de “ministros” pelo próprio Reginaldo, ou então de “seleção de craques” pelo grande blogueiro Tião Lucena.
A única certeza que tinhamos era que os técnicos que Reginaldo Pereira tinha trazido para a sua equipe tinham experiência e eram referendados por grandes administradores no estado afora. Mas também tinhamos a certeza que na nossa cidade tinha (e tem) pessoas capacitadas para essumir qualquer cargo na administração.
Pois bem, dos “técnicos”, “ministros”, “seleção de craques” e seja lá qual for o nome dado a essa equipe, NENHUM, repito, NENHUM continua na equipe. Todos, isso mesmo, todos pediram exoneração e deixaram a administração por não suportar a falta de experiência e o tão falado “sei tudo” que o prefeito Reginaldo Pereira diz aos quatro cantos.
O MANDATO TURBULENTO
No dia 19 de novembro de 2013, numa reunião convocada pelo prefeito e realizada no Empresarial Royal Trade Center na avenida Epitácio Pessoa, todos os secretários foram orientados por ele (o prefeito) a assinar uma carta onde todos pediam exoneração do cargo (e eu assinei) para que ele (Reginaldo Pereira) pudesse fazer uma grande reforma em seu governo. A razão, segundo o prefeito, seria reverter o alto índice de rejeição de seu governo em recente pesquisa de opinião pública contratada por ele mesmo. Por esse motivo, e para dá uma guinada em seu governo, se fazia necessário (segundo Reginaldo) de uma grande reforma em seu secretariado.
Pois bem, nesse dia, o que era “pedido de exoneração coletiva” tornou-se “demissão de todos os secretários” para a grande imprensa, ou seja, Reginaldo Pereira comprou uma entrega coletiva dos cargos e plantou na imprensa que estava demitindo a todos, ou seja, comprou uma coisa e vendeu outra, ou melhor dizendo, colocou a culpa pelo desastre administrativo nos secretários e não assumiu que ele era o comandante da administração e que sobre sí recaia a grande (e quem sabe total) culpa.