Os servidores públicos do Município de Mari/PB decidiram paralisar sua atividades por tempo indeterminado, a partir da próxima terça-feira (05). A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (27), durante assembleia convocada pelo Sindicato dos Servidores de Mari e deverá atingir todas as categorias.
Os servidores reivindicam a quitação do salário referente ao mês de dezembro que encontra-se em atraso e a única proposta apresentada até o momento pelo prefeito do município, Marcos Martins, é o parcelamento em duas parcelas. De acordo com a proposta do gestor mariense, seria feito o pagamento da primeira parcela (50%) no mês de março deste ano e o restante até janeiro do próximo ano.
A sugestão de pagamento apresentada pelo prefeito foi recebida como humilhante pelos servidores. Indignado com a insensibilidade do chefe do poder executivo, o professor Rodrigo Ferreira chegou a sugerir que o gestor pedisse pra “cagar” (SIC) e deixasse o cargo. “Se não tiver responsabilidade de resolver os problemas, então que entregue, peça pra “cagar” e saia daquela cadeira”, disse Rodrigo sob os aplausos dos presentes.
Durante a Assembleia, o vereador Edvaldo Martins fez a defesa da proposta do Executivo Municipal, alegando que o pagamento só poderia ser feito diante das condições que a Prefeitura tem. De acordo com o vereador, devido algumas dívidas referentes aos servidores deixadas pela gestão passada, a atual gestão terá que pagar o equivalente a 16,6 folhas de pagamento, durante o ano de 2013. “A Prefeitura não tem condições pra isso. Não existe caixa suficiente pra pagar”, afirmou Edvaldo.
Em participação durante programa na rádio local, na semana passada, Edvaldo chegou a dizer que o prefeito não poderia usar os recursos do FUNDEB para quitar o salário em atraso dos professores, pois estaria se precavendo para assumir compromissos futuros. A fala do parlamentar no programa caiu como uma bomba entre os servidores, ao entenderem que o prefeito estaria fazendo caixa, enquanto os servidores estavam com salário em atraso.
Ainda durante a Assembléia, o vereador Edvaldo alegou que a administração fez o que pode e a proposta de parcelamento estava lançada, cabendo aos servidores decidirem sobre ela. O vereador também alertou sobre a possibilidade da gestão recorrer ao judiciário para questionar a greve. “Toda ação gera uma reação. A Prefeitura fez uma proposta, vocês não aceitam. Qual é a reação? Deflagar a greve. A Prefeitura vai fazer o quê? Vai recorrer ao judiciário para que declare se a greve é legal ou ilegal. Esse é o trâmite que vai acontecer”, observou Edvaldo.
Fonte: Rádio Araçá FM