O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Minas Gerais informaram nesta sexta-feira (6) que resgataram pelo menos 500 pessoas que estavam ilhadas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, após o rompimento de barragens da mineradora Samarco, ocorrido ontem.
As pessoas resgatadas passam por descontaminação para evitar potenciais danos causados pelo ferro. A técnica consiste em lavagem com água e sabão, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Posteriormente, elas são encaminhadas a hospitais da região, onde realizam exames mais detalhados.
O presidente do sindicato Metabase Mariana, Ronaldo Bento, afirmou que o resgate só foi possível depois que as equipes conseguiram, com o auxílio de retroescavadeiras, abrir passagens em meio ao acúmulo de lama. O resgate mobilizou sete ônibus e cerca de 20 veículos 4×4. Três helicópteros foram usados em apoio à operação.
Segundo informações oficiais dos bombeiros, apenas uma morte foi confirmada até o momento. A vítima é um homem que, ao ver a avalanche de lama, teve um mal súbito.
Já Guilherme de Sá Meneghin, promotor de Justiça de Mariana, afirmou na manhã desta sexta que foram confirmadas duas mortes e cerca de mil desabrigados. “Não temos ainda os nomes dessas pessoas, mas duas mortes foram confirmadas até agora. E cerca de mil desempregados”, declarou.
Ontem, porém, o comandante do quartel de Mariana, Adão Severino Júnior, chegou a informar que pelo menos 17 pessoas morreram, mas o número não foi confirmado oficialmente pela corporação.
O oficial disse ainda estimar que o número de mortes poderia chegar a 60, já que há grande possibilidade de que muitas pessoas tenham sido soterradas. Ainda na noite de quinta, sete feridos receberam atendimento no hospital Monsenhor Horta, em Mariana, dos quais seis receberam alta e um permanece em estado estável e não corre risco de morte.
Já em relação aos desaparecidos, o relações-públicas do Corpo de Bombeiros mineiro, major Rubem Cruz, informou que as equipes de resgate trabalham com um número preliminar: 13 pessoas. Esse número, no entanto, ainda não foi atualizado. Militares fazem uma ronda pela cidade em busca de informações e detalhes.
Na avaliação do presidente do sindicato Metabase Mariana, pelo menos 50 funcionários podem estar desaparecidos, de acordo com a apuração do sindicato e dos relatos de familiares, amigos e colegas de trabalho. O líder sindical afirmou que, no mínimo, 200 pessoas trabalhavam na operação da barragem de rejeitos do Fundão.
Os órgãos envolvidos nos trabalhos pós-desastre ainda não quantificaram o número de desabrigados e desalojados.
Fonte: UOL