Na noite de domingo (10), Evo Morales, que renunciou mais cedo ao cargo de presidente da Bolívia, postou em rede social que um “oficial da polícia anunciou publicamente que tem instrução para executar um mandado de prisão ilegal” contra ele. “Grupos violentos assaltaram minha casa. Os golpistas destroem o Estado de Direito”, acrescentou.
Evo voltou ao tema na segunda (11): “Os golpistas que assaltaram a minha casa e a da minha irmã, incendiaram domicílios, ameaçaram de morte ministros e seus filhos e humilharam uma prefeita agora mentem, e tratam de culpar o caos e a violência que eles provocaram. A Bolívia e o mundo são testemunhas do golpe”.
Ele atacou mais os rivais, que tem classificado como golpistas.
“Mesa e Camacho, discriminadores e conspiradores, passarão para a história como racistas e golpistas. Que assumam a responsabilidade de pacificar o país e garantam a estabilidade política e convivência pacífica do nosso povo. O mundo e os bolivianos patriotas repudiam o golpe”.
Por fim, revelou que chorou com as manifestações de apoio.
“Estou muito agradecido com a solidariedade do povo, irmãos da Bolívia e do mundo que se comunicam com recomendações, sugestões e expressões de reconhecimento que nos dão alento, força e energia. Elas me emocionaram até me fazer chorar. Nunca me abandonaram; nunca os abandonarei.”
havia renunciado poucas horas antes, após uma escalada nas tensões no país. O anúncio foi feito em rede nacional, pela televisão. O vice-presidente, Álvaro García Linera, também apresentou a renúncia.
“Decidi, escutando meus companheiros, renunciar ao meu cargo da presidência”, disse Evo.
Logo em seguida, ele atacou seus opositores Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho.
“Por que tomei essa decisão? Para que Mesa e Camacho não sigam perseguindo meus irmãos dirigentes sindicais. Para que Mesa e Camacho não sigam queimando a casa dos governadores de Oruro e Chuquisaca.”
Evo ainda classificou a situação como um golpe:
“Lamento muito esse golpe cívico, e de alguns setores da polícia que se juntaram para atentar contra a democracia, contra a paz social com violência, com amedrontamento para intimidar o povo boliviano.”
Depois de acusar a oposição de atos violentos, ele terminou: “Por essas e muitas razões, estou renunciando, enviando a minha carta renúncia à Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia. Muito obrigado”.
No fim da noite, Evo postou em rede social que um “oficial da polícia anunciou publicamente que recebeu instruções para executar um mandado de prisão ilegal” contra ele. “Grupos violentos assaltaram minha casa. O golpe destrói o estado de direito”, denunciou.