POR: Leonardo Xavier Martins Pontes. (Historiador)
A política do Gato Vermelho aparenta ser um eterno acordo regional e político que regula a lógica do poder em Guarabira nesses últimos anos, estando Paulinos e Toscanos como protagonistas do poder local. Desde a primeira investida de Roberto Paulino como Prefeito de Guarabira em 1977, apresentando e/ou lançando Zenóbio toscano ao poder como Prefeito em 1982, estando na política até os dias atuais.
Esta política é um reflexo da velha Política do Café com Leite que ocorreu na Primeira República, conhecida como República Velha, onde políticos mineiros e paulistas alternavam-se no poder em função de manter o controle e a mordomia nas mãos da elite.
Na política do Gato Vermelho os grupos Paulinos e Toscanos alternam-se na cadeira da Prefeitura de Guarabira há anos, como um acordo implícito de revezamento no poder que se perpetua há décadas, por isso o nome do acordo. Mantendo seus privilégios à custa do povo Guarabirense. A lógica deste acordo é a manutenção da ordem política local, onde apenas estas duas famílias podem alcançar o poder, e assim, manter seus privilégios.
Por outro lado, a política do Gato Vermelho também é uma analogia a velha prática Coronelista que teve início no período colonial brasileiro. Caracterizava-se pelo controle da política por um pequeno grupo de interesseiros que só enxergava o poder em detrimento da população.
Na política coronelista, os coronéis eram donos de amplas quantidades de terras que mantinham o poder político, administrativo e econômico sobre estas terras e seu povo de maneira autoritária, acima da lei. Considerava as pessoas como bois marcados, onde em seu território, ou melhor, seu Curral Eleitoral, as pessoas deviam seguir os comandos dos coronéis, inclusive para votar, pois do contrário, eram aplicados castigos e represálias pelos Jagunços.
Não diferente desta política é a política do Gato Vermelho que assim como no Coronelismo, tem seu Curral Eleitoral local com os bois marcados, ou melhor, os votos de cabrestos. De um lado, os vermelhos, por outro lado, os gatos pretos.
Não obstante, e em meio aos dominadores e dominados ou opressores e oprimidos, abre-se espaço para uma nova corrente política local: os Girassóis.
Esta abertura, gradativa, na política de Guarabira é encabeçada pelo Presidente do PSB de Guarabira, Célio Alves, junto com seus aliados que almejam a derrubada destes grupos políticos locais que estão separados pelo poder e ao mesmo tempo juntos para não perder o poder para a nova corrente oposicionista quem vem crescendo de forma contínua em meio aos “Gatos Avermelhados” e tendo apoio político do então governador da Paraíba: Ricardo Coutinho que é considerado pela opinião pública como o melhor e mais atuante governador que a história da Paraíba já registrou.
Com esta abertura política e o perigo iminente destas tradicionais famílias (Paulinos e Toscanos) perderem o poder local tem causado total descontrole entre ambas, a ponto de assumirem em público uma possível dobradinha política, entre Paulinos e Toscanos, desta vez de forma explícita, de cara lavada, apenas confirmando o que muitos já sabiam: que o Gato é “avermelhado” e a Rosa é “amarelada”.
Por outro lado, percebe-se que aliados de ambos os lados não estão completamente satisfeitos, visto que acreditavam jogar em times diferentes, mas este partidarismo acalma-se quando almejam em sonhos os cargos públicos, pois este é o interesse maior destes dois grupos: o poder pelo poder.
O que se sabe é que em nível Nacional, novamente, um Presidente foi deposto através de um Golpe civil, comandado pelo PMDB e PSDB, e que a nível Estadual tem a figura de Ricardo Coutinho (PSB) que tem como principais opositores PSD, PSDB E PMDB (dividido), e por fim, a nível Municipal temos o pré candidato a deputado estadual, Célio Alves que representa o grupo dos Girassóis (PSB) e que tem como principais oposicionistas os Paulinos e Toscanos.