O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (25) o nome de Carlos Alberto Decotelli para o cargo de ministro da Educação. Oficial da reserva da Marinha, a nomeação dele representa uma vitória da ala militar na queda de braço pelo comando do MEC.
De acordo com o currículo disponível no site do Ministério da Educação, Decotelli já atuou como professor e coordenador do Jogo de Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS) na Escola de Guerra Naval, no Centro de Jogos de Guerra.
Decotelli já havia ocupado o cargo de diretor Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na gestão Bolsonaro.
Ele foi nomeado para o FNDE pelo então ministro Ricardo Vélez e ficou no cargo até agosto de 2o19. Saiu para acomodar o advogado Rodrigo Dias, indicado pelo ex-ministro das Cidades e atual secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy (PP), e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Carlos Alberto Decotelli é financista, autor de livros e professor. Realizou pós-doutorado na Bergische Universitãt Wuppertal, na Alemanha; é doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina; mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/EBAPE; MBA em administração pela FGV/EBAPE/EPGE e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Abraham Weintraub saiu do comando do MEC há uma semana e o ministério estava sob o comando interino de Antônio Paulo Vogel, secretário executivo do MEC.
O próprio Vogel era um dos cotados para ser ministro. Além dele, eram avaliados nomes como o do secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, o secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, e Sérgio Sant’ana, assessor especial do MEC.
Nesta semana, o presidente chegou a se reunir com alguns candidatos, como Renato Feder, cuja indicação é bem avaliada pelos partidos do Centrão.
No entanto, o secretário, que foi o maior doador da campanha municipal de 2016 de João Doria (PSDB), não é bem visto pela “ala ideológica” do governo ligada ao escritor Olavo de Carvalho.
Outra opção avaliada era deixar Vogel no comando do MEC, mas o nome dele também provocou insatisfação na “ala ideológica” por ter sido secretário adjunto de Finanças na gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo.
O grupo ligado a Olavo de Carvalho defendia a nomeação de Nadalim como ministro. Eles também viam com bons olhos o nome de Sérgio Sant’ana, mas já admitiam dificuldades na nomeação por conta da falta de experiência dele a área.
Fonte: Congresso em Foco