O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou, até o início da madrugada de hoje (26), nove mortes em decorrência do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale, no município de Brumadinho. O último balanço da corporação informa ainda o resgate de nove pessoas retiradas com vida da lama de rejeitos e de cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas.
A mineradora divulgou, na manhã de hoje, uma lista com o nome das pessoas que não fizeram contato desde o rompimento da barragem. Mais de 400 pessoas, entre funcionários do quadro e terceirizados, integram o levantamento da mineradora e estão desaparecidas.
De acordo com a empresa, a lista está sendo atualizada constantemente, conforme as pessoas são localizadas. “Se o seu nome está na lista, favor entrar em contato com a nossa ouvidoria para comunicar”, pediu a mineradora em comunicado. O telefone para atendimento é o 0800 821 500.
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse na noite de ontem (25) que o rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), terá um impacto mais humana do que ambiental. Segundo ele, a maior parte das vítimas são funcionários da empresa. “Dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande”, disse.
A avaliação foi apresentada durante coletiva de imprensa ao ser questionado se o episódio se equipara à tragédia de Mariana (MG), ocorrida em novembro de 2005, quando se rompeu uma barragem da Samarco, empresa da qual a Vale é uma das acionistas. Na ocasião, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desalojados em decorrência da destruição de comunidades. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o episódio provocou ainda devastação de florestas e poluição da bacia do Rio Doce.
De outro lado, o presidente da Vale avalia que o dano ambiental será menor em comparação com o ocorrido na tragédia de Mariana. “Como a barragem era inativa, o material era razoavelmente seco. E consequentemente, ele não tem poder de se deslocar por longas regiões. A parte ambiental deve ser muito menor e a parte humana terrível”, reiterou. Segundo ele, o rejeito não irá além de onde ele está nesse momento.
Schvartsman informou que haviam cerca de 300 funcionários próprios e terceirizados na Mina Feijão quando houve o rompimento. Parte deles estava em um refeitório, que foi soterrado, mas pelo menos 100 foram localizados. O presidente da Vale não soube dizer com segurança o que houve com o sistema de sirenes estruturado para avisar previamente a ocorrência de acidentes. “É provável que elas tenham funcionado, mas a velocidade com que isso ocorreu impediu que se tivesse qualquer benefício”.
A Vale organizou um gabinete de crise com a participação de seus diretores. Schvartsman viaja ainda hoje para Brumadinho. Segundo ele, não serão poupados esforços para atender as vítimas. Assistentes sociais e psicólogos já estariam à disposição.
Da Agência Brasil