As piores chuvas e inundações das últimas décadas deixaram neste sábado (26) mais de 170 pessoas desabrigadas no sul do Brasil e nos vizinhos Paraguai, Argentina e Uruguai, como consequência das cheias de rios fronteiriços, o que mantêm as autoridades em alerta.
Neste sábado, a presidente Dilma Rousseff sobrevoou de helicóptero o oeste do Rio Grande do Sul, onde 1.800 famílias foram afetadas pelas inundações provocadas pelas fortes chuvas registradas nos últimos dias.
“Estamos aqui porque sabemos que o Brasil sofre com o fenômeno El Niño, que provoca fortes chuvas no sul do país e uma terrível seca no nordeste”, disse Dilma, durante rápida coletiva após o sobrevoo.
O major da Defesa Civil Regional Rinaldo da Silva Castro declarou à imprensa que 38 cidades da região foram afetadas pelas cheias dos rios Uruguai e Quaraí, e que 1.795 famílias (umas nove mil pessoas) foram evacuadas.
A presidente, que passou o feriado de Natal em Porto Alegre, com a família, sobrevoou Uruguaiana, a principal cidade do sul do país, banhada pelo rio Uruguai, na fronteira com a Argentina.
Após o sobrevoo, Dilma se reuniu com prefeitos das cidades atingidas. O governo federal desbloqueou neste sábado R$ 6,6 milhões para socorrer a região.
As fortes tempestades provocadas pelo fenômeno El Niño na região provocaram calamidade no Paraguai. A cheia do rio Paraguai deixou 130.000 desabrigados, segundo as autoridades. Quatro pessoas morreram esmagadas na queda de árvores e a capital, Assunção, ficou temporariamente sem luz.
Socorristas continuavam os trabalhos de resgate e evacuação, informou à AFP David Arellano, chefe de Operações da Secretaria de Emergência Nacional (SEN).
“Não podemos deixar abandonadas as milhares de famílias que a cada ano são afetadas por inundações”, disse o presidente paraguaio, Horacio Cartes, em sua mensagem de Natal. O presidente decretou estado de emergência para liberar mais de US$ 3,5 milhões para socorrer os afetados.
Os efeitos do El Niño – resultante da interação entre o oceano e a atmosfera nas regiões leste e central do Pacífico equatorial – são dos mais intensos desde 1950 e podem continuar até o primeiro trimestre de 2016, segundo previsões da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Fonte: JCOnline