A jovem estudante universitária, a guarabirense Marília de Carvalho Marinho, de 22 anos, que confessou ter assassinado o comerciante Pedro Morais de Medeiros Neto, 38 anos, que morava na cidade de Patos, presa na última sexta-feira (12), concedeu entrevista exclusiva ao repórter Zé Roberto, da Rádio Constelação FM de Guarabira, e deu detalhes sobre o crime e o que motivou o assassinato.
O crime aconteceu na zona rural de Guarabira, no dia 8 de junho passado. Pedro Neto veio à cidade de Guarabira e foi morto com 2 tiros na cabeça, próximo ao memorial Frei Damião. O carro, documentos e pertences da vítima desapareceram do local do fato. O carro, um GM/Prisma, foi encontrado queimado na zona rural do município de Barra de Santa Rosa-PB (distante 97 Km de Guarabira). O celular da vítima estava em poder de Marília.
Depois de mais de um mês de investigação da Polícia Civil, sob o comando do delegado Norival Portela, delegado chefe do Núcleo de Homicídios da 8ª Seccional, o caso foi desvendado. Marília foi presa em cumprimento a mando de prisão provisória, expedido pelo juízo das execuções penais. Ela foi presa dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba, em Bananeiras.
Na entrevista que concedeu, chorando, a jovem disse ter conhecido a vítima numa vaquejada em 2014, que recebeu boas referências dele, alegou que estava sendo chantageada por Pedro, com quem disse manter uma relação amorosa. Segundo ela, depois de descobrir que o comerciante era casado decidiu romper a relação e passou a ser ameaçada de ter fotos e vídeos íntimos publicados em redes sociais.
“Ele chegou ao ponto de me ameaçar, de expor a minha imagem para todo mundo, para minha família e meu maior medo era dá desgosto a meus pais. Sou filha única e sempre pedia para ele não fazer isso por conta dos meus pais porque não sabia qual era a reação e não queria que isso acontecesse. De tanto ameaçar, de pressionar, de brigar, aconteceu no desespero”, contou.
Perguntada sobre como teve acesso à arma e como ocorreu a execução, Marília disse que o revólver, pertencente a Pedro, estava embaixo do tapete do carro e, mesmo sem nunca ter manuseado arma de fogo, atirou duas vezes contra a vítima.
“A arma estava embaixo do tapete do carro e no desespero eu atirei, dei dois tiros. Nunca peguei numa arma na minha vida, nunca pensei em fazer isso. Só sabe é quem passou uma pressão dessa durante anos, desde 2014 sofrendo pressão, ameaçando acabar com sua vida do dia pra noite. Tenho uma família de bem, estou cursando faculdade, com futuro pela frente. Aí vem uma pessoa que você acha que é tranquila, que é gente boa e faz um negócio desse durante anos, como a pessoa fica com a cabeça?”, argumentou entre lágrimas.
Marília relatou ainda que depois do crime entrou no carro e saiu com destino a Barra de Santa Rosa, pois sabia que era local esquisito e deixou o carro por lá. Disse que agiu sozinha e não sabe dizer quem ateou fogo no carro.
Ela disse ainda que se encontrou com Pedro no dia do crime depois ser chamada por ele, pois estava na universidade e veio ao seu encontro. Sobre ter entrado no carro no banco de trás, Marília contou que foi para que ninguém avistasse que estava saindo com homem casado.
Suspeita de mais envolvidos
Embora a mulher diga que agiu sem ajuda de outra pessoa, a polícia continua as investigações e suspeita que mais gente tenha participado do crime, já que ocorreu no período noturno, o local onde foi encontrado o carro é muito distante e que alguém sem experiência com armas não teria a frieza de desferir dois tiros certeiros e sem reação da vítima.
É possível que novos desdobramentos possam ocorrer no decorrer das investigações, pois não se descarta que a motivação também tenha relação com dinheiro, visto que Pedro comercializava com gado e há informações que também havia uma sociedade entre a vítima e a jovem presa.