O candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, manteve a liderança nas pesquisas divulgadas na noite deste sábado, às vésperas do primeiro turno. No Datafolha o capitão marcou 40% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e eleitores indecisos), oscilando um ponto para cima, e Fernando Haddad (PT) se manteve com 25%. Já no levantamento Ibope, Bolsonaro cresceu três pontos e chegou a 41%, ante 25% de Fernando Haddad (PT), que perdeu três pontos. O pedetista Ciro Gomes ficou com 15% no Datafolha e 13% no Ibope. A margem de erro das duas pesquisas é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para vencer a corrida ainda no primeiro turno, Bolsonaro precisa alcançar mais de 50% do total de votos válidos, o que ainda é considerado improvável.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, falou à Folha após a divulgação dos números, e afirmou que “o resultado aponta para quase certeza de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad com alguma chance de Ciro ter alguma reação no dia da eleição, mas muito dificilmente o suficiente para alcançar Haddad”.
A equipe de campanha do capitão se esforçou nas últimas semanas para tentar vencer o pleito ainda no primeiro turno, tendo em vista que ele tem tem a maior rejeição dentre todos os candidatos: 44% no Datafolha e 43% no Ibope, ante 41% e 36% de Haddad. Neste cenário altamente polarizado, as pesquisas registram que Bolsonaro deve ter pela frente um páreo duro contra qualquer um de seus prováveis rivais. Todas as simulações de segundo turno feitas envolvendo ele, Haddad e Ciro registram empates técnicos. Pelo Datafolha, o capitão e o petista tem 45% e 43% das intenções de voto, respectivamente. No Ibope o candidato do PSL aparece à frente de Haddad: 52% a 48%. Já Ciro Gomes aparece à frente de Bolsonaro nos dois levantamentos: 47% a 43% e 52% a 48%.
Durante a última semana o pedetista chegou a mobilizar parte de sua militância nas redes sociais com a campanha #viraviraciro, apelando justamente para seu melhor desempenho ante o capitão na reta final do pleito. A hashtag chegou a ser o assunto mais comentado no twitter por algumas horas. Mesmo nos debates, Ciro tentou se colocar para o eleitorado como uma opção à polarização entre PT e PSL, afirmando que ambos os rivais teriam dificuldades para governar e “unir o país”.
Já Haddad apostou em uma carta “ao povo brasileiro”, divulgada em suas redes sociais, onde afirma que “a maioria do povo brasileiro rejeita o projeto de intolerância e do fim de direitos do povo”, uma menção velada a Bolsonaro.”Eu, Manu [Manuela D’Ávila, sua candidata a vice] e o presidente Lula contamos com cada um e cada uma de vocês. Tenho fé que, juntos, vamos vencer as eleições e devolver a Presidência para o povo”, conclui o documento.