A imprensa brasileira está cheia de exemplos, nos últimos anos, dos mais variados tipos de programas de entretenimentos que se utilizam da veia popularesca para alcançar maior quantidade de público e, assim, manter-se no ar por tempo mais longo.
Nos últimos anos temos visto uma série de programas que tentam seguir os moldes do popularesco, sem contudo ter o cuidado de enxergar a linha que separa este tipo de show do típico mau gosto, o exagero na telinha, na tentativa de atingir maior público.
Na Paraíba a TV Correio, afiliada da Record, vem se notabilizado pelo exagero na publicação de programas noticiosos que quase no seu todo é um show de horror. As cenas do mundo cão com corpos dilacerados e poças de sangue mostradas em horário nobre tem indignado as autoridades.
Por causa da exposição a crianças e todos os públicos de cenas como de estupro, ocorrido na cidade de Bayeux contra uma adolescente de 13 anos, o Ministério Público Federal pediu a cassação da concessão da TV. A ação também quer da TV Correio R$ 5 milhões por danos morais coletivos sofridos pela sociedade com a exibição da cena e cobra da emissora e do apresentador Samuka Duarte o pagamento de R$ 500 mil para a jovem. “A infelicidade de um crime não torna o corpo da vítima objeto do domínio público para que os réus dele possam servir-se com fins lucrativos”, defendeu o procurador da República Duciran Farena, autor da ação.
Os pais devem exercer um papel de filtradores daquilo que seus filhos assistem na TV. Não está escrito em canto nenhum que é muito bacana uma criança assistir a uma cena de estupro, considerado crime hediondo no país. A sociedade precisa se levantar contra os malfeitores da imprensa canibalesca e boicotar os programas de mau gosto, patrocinados por empresas que referenciam suas marcas a tamanha sandice.
O bom disso tudo é saber que essas personagens criadas no universo de uma sociedade modista, tem prazo de validade. Não é possível crer que seja referência pra comunicação paraibana um sujeito que tira o paletó na frente do monitor, atira-o ao chão e pisa-o. Na minha opinião esse espetáculo bizarro é a desconstrução do preceito básico de comunicação, decantado nos bancos acadêmicos.