O novo regimento da Assembleia Legislativa da Paraíba foi aprovado hoje de manhã sob os protestos do líder do Governo, Hervázio Bezerra (PSDB). O tucano chegou a discutir acirradamente com o presidente da Casa, Ricardo Marcelo (PEN), ao solicitar que o projeto fosse discutido. O chefe do legislativo recusou o pedido, argumentando que Hervázio já havia discutido o tema ao pedir a palavra. Hervázio retrucou que apenas havia feito um encaminhamento:
– Tenha postura de deputado e se comporte como tal – disse Ricardo Marcelo em relação a Hervázio, cortando o som do microfone onde o deputado fazia o aparte.
Depois de aprovado o texto, Hervázio protestou mais uma vez e foi à tribuna para criticar a forma de votação adotada hoje na Assembleia:
– Fico perplexo. Sou um homem afeito ao debate e muitos sabem disso. Eu deixo esse plenário arrasado porque isso é um assassinato à democracia. Acordos são quebrados e tivemos agora mais um exemplo de desprendimento e tentativa de harmonia. De repente, me deparo com o tratoramento feito pelo presidente Ricardo Marcelo para que tenhamos o mínimo de respeito ao regimento que juramos fazer cumprir. A democracia aponta para que os que perdem tenham respeito aos ganhadores e em nome desse respeito peço que reveja sua posição e que ganhe aqui quem tem voto. Qualquer que seja o resultado, briguemos e travemos o bom debate. Vamos vencer pela força do argumento, mas não tratorando. Estamos votando o regimento interno que nos foi entregue no dia 5, quando estávamos na Caravana da Seca. Até o direito de me pronunciar e debater o assunto não foi permitido. Os deputados estão com semblante de constrangimento
Quem respondeu a Hervázio Bezerra foi o deputado Aníbal Marcolino:
– Eu não estou constrangido. Quem votou a favor, votou de forma espontânea. Nosso partido se reuniu com a assessoria jurídica e o texto segue a Constituição Federal. Não existe tratoramento. Dos 36 deputados, apenas cinco foram contra. O presidente não forçou nenhum dos deputados a votar a favor. Como vossa excelência disse, ganha quem tem voto.
Fonte: ParlamentoPB