O assalto cinematográfico ocorrido nesta segunda-feira (4) em João Pessoa que deixou uma família inteira nas mãos dos bandidos por 30 horas está sendo investigado pelo delegado titular de Roubos e Furtos, Canrobert Rodrigues.
Segundo a Polícia Civil, ainda não há pistas dos acusados. A novidade é que durante o processo de investigação serão analisadas câmeras de segurança dos vizinhos, como também, as câmeras da empresa Preserve Segurança e Transporte de Valores.
O crime
A ação criminosa dos assaltantes começou às 5h do último domingo (3) quando quatro bandidos invadiram a casa da família do motorista da empresa Preserve, Evandro Barbosa, 31, que fica ao lado da empresa Preserve. Os criminosos permaneceram na residência até a manhã da segunda-feira (4), mantendo os reféns sobre a mira de fuzis, pistolas e espingardas calibre 12. Os bandidos instalaram uma bomba no botijão de gás e outra no corpo do motorista.
O motorista saiu para sua jornada de trabalho portando um cinturão de explosivos à base de nitrato de amônio com nitropenta, por volta das 7h30. Ele estava com explosivos na cintura e em uma das pernas. Apesar das ameaças, o funcionário foi orientado pela quadrilha a agir com naturalidade. Todas as orientações a partir daí foram repassadas por um aparelho celular cedido para esta finalidade. Para que sua família fosse liberada, o motorista deveria obedecer às instruções dos bandidos.
O artefato, que tinha a forma de um fio, estava conectado a um telefone celular. Caso o motorista descumprisse as ordens da quadrilha, os bandidos fariam uma ligação para o telefone e o toque geraria uma faísca, que entrando em contato com o artefato, provocaria a explosão imediata.
O carro-forte alvo do bando deveria abastecer caixas do Hospital Universitário Lauro Wanderley, no campus da UFPB, na Capital. No local, assim que os seguranças que faziam a escolta saíram do veículo para fazer a inspeção do local – como é rotina antes de seguir com os malotes – integrantes da quadrilha entraram no carro-forte e seguiram com o motorista até a Usina São João, localizada no Km 43 da BR-230, no município de Santa Rita. Após retirar o dinheiro, o carro-forte foi explodido, segundo a polícia, para não deixar vestígios dos bandidos.
De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Anderson Poddis, a vítima chegou ao posto da PRF em Manguinhos, Bayeux, muito abatido e nervoso. “Ele foi coagido a agir aos demandes da quadrilha. Foi abandonado em Santa Rita e está em choque pelo ocorrido. Ele chegou até aqui com a bomba presa no corpo, depois de ter caminhado até a BR e pedido ajuda na via”, esclareceu o inspetor. A bomba foi retirada no local.
Impacto do explosivo
O subcomandante do Gate, Rafael Araújo, informou que a estrutura do explosivo (mistura de nitrato de amônia com nitropenta) não é de amador. O impacto da explosão no motorista seria muito grande, deixando as vísceras para fora, rompendo ligamentos e atacando órgãos vitais. Pessoas que estivessem em um raio de aproximadamente cinco metros também seriam atingidas pela bomba.
Já no botijão, a quantidade e a forma como foi montado o artefato seria insuficiente para causar dano. Agora no carro-forte os bandidos usaram até 30 vezes mais explosivos.
Do Portal Correio