A crise no abastecimento de veículos e ameaça de falta de gás de cozinha e produtos nas prateleiras dos supermercados está assombrando a população brasileira. Em Guarabira, os combustíveis existentes nos postos devem acabar ainda hoje e depósitos de revenda de gás de cozinha já sentem os reflexos da greve dos caminhoneiros que já dura quatro dias.
Diante dessa realidade vivenciada, o presidente da Subseção da OAB-Guarabira, Antônio Teotônio de Assunção, falou com exclusividade à editoria do portal25horas e se disse preocupado com a situação, mas apoio os protestos dos caminhoneiros e defendeu a manutenção do abastecimento dos serviços essenciais.
“A OAB é favorável ao movimento paredista dos caminhoneiros, porém respeitando o percentual constitucional de 30% de atendimento. Não pode faltar combustíveis para ambulâncias dos hospitais, para as viaturas da polícia, não se pode prejudicar os atendimentos básicos da população. Nós estamos prejudicados com o problema da falta do botijão de gás. Como a dona de casa vai garantir em sua casa o almoço, o jantar, o café da manhã sem o botijão? Esse serviço não pode ser paralisado. Não se pode em nome de uma paralisação para garantir direitos prejudicar o direito de terceiros”, argumentou Teotônio.
Embora apoie as manifestações, Teotônio considerou que as instituições estão sendo desrespeitadas, sobretudo pelo fato de as pessoas não estarem tendo garantido o direito de ir e vir e citou exemplo de médicos que não puderam dar os plantões por causa da impossibilidade de deslocamento ao local de trabalho.
“Eu vejo que o país passa por um momento muito difícil, nós estamos com o caos instalado, onde as instituições estão sendo desrespeitadas, já que essa greve afeta não apenas os caminhoneiros, mas à toda população. As pessoas não conseguem se deslocar, médicos deixaram de ir para hospitais, muitos deixaram de ser atendidos e a população carente está sendo sacrificada”, considerou o presidente.
O presidente da Subseção também demonstrou preocupação com a prática abusiva de preços elevados em face da escassez de produtos. Teotônio orientou que nesses casos os consumidores peçam a nota fiscal para que os órgãos de controle externo possam ser acionados para coibir os preços extorsivos.
“Estamos analisando com muito cuidado alguns comerciantes, que se aproveitando desse momento difícil do país, estão exorbitando os preços para tirar proveito da desgraça alheia. Peço que as pessoas que forem abastecer seus carros, comprar mercadorias e observarem preços muito elevados peçam a nota fiscal com o valor pago para que posteriormente possam ser acionados Ministério Público e Procon a fim de que as empresas infratoras sejam penalizadas”, orientou Assunção.