Seis vitórias em seis jogos, liderança das eliminatórias quatro pontos à frente do segundo colocado, o Uruguai, e apresentações convincentes. A seleção brasileira termina 2016 embalada, mas esse embalo sofrerá um abalo: o hiato de quatro meses até o próximo encontro. Tite só voltará a convocar 23 jogadores no início de março de 2017, para que se apresentem no dia 19 deste mesmo mês, e enfrentem os uruguaios no dia 23, em Montevidéu.
Se dizem que futebol é dinâmico, o desafio é preservar e reforçar as conquistas dos últimos meses nesse período sem jogos, onde muita coisa pode – e deve – acontecer.
O camisa 9 de Tite, por exemplo. Artilheiro do Brasil nas eliminatórias com cinco gols, decisivo na vitória por 2 a 0 sobre o Peru, com um gol e uma assistência, só tem mais quatro partidas, no máximo, pelo Palmeiras. Depois do Campeonato Brasileiro, liderado por seu clube, Gabriel Jesus irá para o Manchester City, numa transferência que, certamente, exigirá do jovem de apenas 19 anos um período de adaptação.
Afinal de contas, ele será orientado por Pep Guardiola, o mais inquieto dos treinadores, e terá, muito possivelmente, a concorrência de astros como o argentino Aguero, ídolo da equipe inglesa.
Se no Palmeiras Jesus é protagonista a ponto de o presidente do clube deslocar seu jato para buscar o garoto da Seleção o mais rápido possível, seu status inicial no City ainda é incógnita.
Outro que terá missões importantes em seu time é o goleiro titular do Brasil. Na Roma, Alisson só é titular na Liga Europa. No Campeonato Italiano, o que mais tem jogos, quem atua é o polonês Szczesny. Para 2017, o brasileiro quer mudar esse cenário.
– É jogar, treinar, me dedicar. A dedicação tem que ser constante, uma competição não se ganha na partida final, e sim na preparação de antes – afirmou Alisson.
Os “chineses” Paulinho e Renato Augusto, destaques dos últimos jogos, cada um com um gol, terão férias prolongadas. Praticamente não disputarão partidas oficiais nesse intervalo. A confiança de Tite e o acompanhamento físico de especialistas será determinante para que, na convocação de março, nenhum deles tenha seu lugar ameaçado.
– É difícil porque fica muito tempo (sem o grupo se reunir). Alguns entram de férias, outros não. Quando você volta, uns estão em início de temporada, outros no fim. Mas agora é hora de curtir um pouco esse momento, tivemos muita dificuldade esse ano, mas, de forma geral, foi um ano muito bom. O torcedor voltou a acreditar em nós – disse Renato Augusto.
O Brasil volta a jogar nos dias 23 e 28 de março de 2017, contra Uruguai e Paraguai.