O radialista Célio Alves, um dos apresentadores do programa ‘Fala Paraiba’, da Rádio Tabajara, levado ao ar de terça a sexta-feira por uma cadeia de emissoras comandada pela Tabajara, denunciou em seu blog que o PMDB está tentando calar o programa através de ações na Justiça Eleitoral, alegando propaganda extemporânea em favor do governador Ricardo Coutinho.
A coluna Poucas e Boas reproduz na íntegra o texto do respeitado profissional de imprensa por entender que a liberdade de imprensa, a livre manifestação de pensamento e o exercício da democracia devem prevalecer num estado democrático de direito. A tentativa de grupos políticos ou financeiros de intimidar profissionais de imprensa deve ser repudiada por quem prima por uma imprensa livre.
“O Partido do Movimento Democrático Brasileiro quer calar o ‘Fala Paraíba’, da Tabajara
O PMDB é o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, aquele mesmo que resistiu à Ditadura Militar e abrigou os que a ela se opunham. No início da década de 80, o PMDB esteve à frente das “Diretas Já”, movimento que arrebanhou milhões de pessoas em defesa da redemocratização, pondo fim ao regime político de exceção.
Com esse legado, é de causar estranheza a postura adotada pelo PMDB da Paraíba ante um valor da democracia, a liberdade de imprensa. A legenda, através de seu presidente estadual José Maranhão, virou-se contra essa conquista ao acionar, por duas vezes, e em menos de quinze dias, o Tribunal Regional Eleitoral para punir o que considera propaganda eleitoral extemporânea em favor do governador Ricardo Coutinho praticada pelo programa “Fala Paraíba”, da Rede Tabajara Sat de Rádio, que apresento diariamente ao lado de Fernando Caldeira.
Sem perceber, o PMDB mirou nele próprio ao fazer tal acusação. Durante os dez anos em que o partido governou o Estado, tendo à frente José Maranhão, a Tabajara comportou-se como rádio do governo, e não, do Estado. Atuava pautada numa linha editorial fechada, sem que o povo e qualquer oponente do governo fossem ouvidos.
Desde 2011, a Tabajara passou a escrever uma nova página de sua história. Sob a determinação do atual governo, abriu sua linha editorial, vindo a agir como uma rádio igual às demais. O “Fala Paraíba” escolheu esse nome não por acaso, e sim, para simbolizar a idéia do programa: permitir à Paraíba que fale, através dos ouvintes, que podem participar no ar, enviar mensagens de texto, e-mail, interagir via twitter facebook, skype e MSN; da presença de 9 correspondentes e 3 repórteres em todo o estado; da veiculação de entrevistas gravadas ou instantâneas com as mais diversas correntes de pensamento.
Quando “Dona Maria” e “Seu José”, das mais distantes localidades da Paraíba, puderam usar o telefone para falar numa rede de rádio liderada pela Tabajara com liberdade, criticando, elogiando, sugerindo, exercendo e construindo cidadania? Em qual época a Tabajara recebeu em seus estúdios opositores do governo de plantão?
Vituriano de Abreu, Guilherme Almeida, Anísio Maia, Ricardo Marcelo, Gervásio Filho, Luciano Cartaxo, Frei Anastácio, Aníbal Marcolino, José Maranhão, Cícero Lucena, Tatiana Medeiros, Francisca Motta, Ruy Carneiro, Manoel Júnior, Raniery Paulino, Janduhy Carneiro, Wilson Filho, Trócolli Júnior, Hugo Motta, Wilson Santiago e Carlos Batinga são apenas alguns dos políticos contrários ao governador Ricardo Coutinho que expressaram suas idéias no “Fala Paraíba”.
Por iniciativa do deputado Frei Anastácio, opositor do governo e filiado ao PT, a Assembleia Legislativa aprovou, por unanimidade, logo, com os votos da bancada do PMDB, moção de aplauso ao programa e aos seus apresentadores, bem como à rádio, destacando que nunca antes a Tabajara convidou quem pensasse diferente do governo para conceder uma entrevista.
No aniversário de 2 anos do “Fala Paraíba”, muitos foram os depoimentos elogiosos ao programa, entre os quais o do deputado Trócolli Júnior, do PMDB.
O “Fala Paraíba”, por ser um produto jornalístico de uma rádio que pertence ao Estado, portanto, à Paraíba, e não, ao governo, não está impedido de ter opinião, expressada por seus apresentadores, correspondentes, repórteres e ouvintes, nem deve se esquivar de noticiar os fatos, à exemplo das adesões políticas ao governador Ricardo Coutinho, pois são igualmente ditos pelos demais veículos de comunicação.
O programa também está acobertado pelo manto da Constituição Federal, que consagra a liberdade de imprensa como pilar do Estado Democrático de Direito. Qualquer movimento que tenha por fim calá-lo é apenas a tentativa de se fazer aquilo que se fez no passado, negar a Tabajara aos paraibanos, seus verdadeiros donos.
O “Fala Paraíba”, pela qualidade de sua equipe e pela abertura editorial, atraiu e atrai o interesse de emissoras do interior do estado em retransmitir o programa, não existindo nenhuma vantagem financeira oferecida pelo governo do Estado, e sim, os próprios lucros que cada rádio pode aferir, através da venda de anúncios publicitários, em suas áreas de abrangência, por possuírem um bom produto de audiência em sua grade de programação.
Tanto é assim que emissoras como Espinharas FM (Patos), Oeste AM, Patamuté FM, Difusora AM, Arapuan FM, Alto Piranhas AM (Cajazeiras), Líder FM (Sousa), Liberdade FM (Pombal), Caturité AM, Panorâmica FM (Campina Grande), Talismã FM (Belém) e Sanhauá (João Pessoa), por exemplo, transmitem o “Fala Governador”, mas não o “Fala Paraíba”.
Pelo “Fala Governador”, é verdade, recebem valores da Comunicação do Estado, fato que sempre ocorreu, inclusive, nos 3 governos do senhor José Targino Maranhão, o mesmo que, como presidente do PMDB, assina as representações contra a Tabajara.
O “Fala Paraíba” e a Tabajara hão de resistir, sem fugir um milímetro de sua linha, ouvindo e deixando todos falarem, inclusive, o PMDB queixoso, que confunde liberdade de imprensa com propaganda eleitoral”.
Fonte: Blog do Célio Alves
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