A jovem de 19 anos presa na terça-feira (24) suspeita de abusar sexualmente do próprio filho de quatro anos e gravar o abuso havia sido denunciada anteriormente por maus tratos e negligência. De acordo com o presidente do Conselho Tutelar de Areia, cidade do Brejo paraibano onde a mulher morava com o filho, a jovem havia sido denunciada cerca de 15 dias antes do abuso sexual chegar ao conhecimento das autoridades.
A mulher foi presa após a denúncia de abuso sexual ser feita à Polícia Civil na segunda-feira (23). De acordo com a delegada do caso, Simone Rosemberg, o vídeo do abuso feito pela mãe foi gravado há cerca de um ano. De acordo com a delegada, a jovem afirmou em depoimento que realizou a gravação a pedido de uma pessoa que ela conhecia, apenas pela internet, que mora em São Paulo e com quem ela teria se envolvido emocionalmente.
O conselheiro Alfredo Pereira explicou que chegou a ir quatro vezes até a casa onde a jovem morava sozinha com a criança após as denúncias de maus tratos e negligência, mas que em nenhuma delas encontrou a mulher em casa. “Iríamos entrar com um pedido judicial, porque não temos permissão para invadir nenhuma casa sem a autorização do residente, sem um mandado judicial”, explicou.
Poucos dias depois, o Conselho Tutelar recebeu a denúncia de abuso sexual e do vídeo gravado pela jovem, compartilhado na internet. Alfredo Pereira contou que acionou imediatamente a Polícia Civil da cidade. “Um caso dessa gravidade necessitava de uma ação mais enérgica. Procedemos imediatamente com o afastamento da criança da mãe”, complementou.
Ainda na terça-feira (24), a jovem passou por audiência de custódia e foi encaminhada para o presídio do Serrotão, em Campina Grande. De acordo com o Conselho Tutelar, a criança está com a avó materna, mãe da suspeita, sob um termo que não garante a guarda, mas a tutela provisória.
A partir do afastamento, ainda de acordo com Alfredo Pereira, uma equipe multidisciplinar do Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), composta por assistentes sociais e psicólogos, está acompanhando a criança em paralelo ao trabalho do próprio Conselho Tutelar.
“Estamos acompanhando e avaliando também se a avó materna terá condições de ficar com a guarda da criança. Ao final deste trabalho faremos um relatório que servirá de base para a Justiça. Quem decide com quem a criança vai ficar é a Justiça”, explicou Pereira.
Existe uma ordem familiar de prioridade em que coloca o pai como o primeiro em prioridade na guarda, mas, segundo o Conselho Tutelar de Areia, ele não tem contato com a criança e por isso, naturalmente, a criança deve ficar com os avós, que ficam em seguida na hierarquia da guarda do menino.
Fonte: G1PB