Por Jota Alves
Único deputado do MDB eleito na peleja eleitoral de 2018, Raniery Paulino agora encontrou o que fazer na Assembleia Legislativa da Paraíba. Foi ungido para liderar a bancada de oposição ao governo de João Azevêdo (PSB), sucessor de Ricardo Coutinho, que derrubou a casta política que existia na Paraíba.
Ao “lobo solitário” do MDB cabe a missão de liderar uma bancada de polos divergentes, que já começa a se fragmentar. Integrantes da oposição a João já conversam com o governo, inclusive com audiência na Granja Santana com o governador.
Ao emedebista caberá ainda a missão de tentar desconstruir a imagem da gestão socialista, iniciada em 2011 por Ricardo Coutinho com dois mandatos consecutivos, e sucedida por Azevêdo, considerado um dos projetos políticos mais bem-sucedidos do Brasil recente, que tirou do Estado da Paraíba da condição de primo-pobre do Nordeste para status de protagonista.
Pois, então, como fará Paulino para macular a imagem de um cara que representa uma gestão que implantou na Paraíba o maior programa de construção e reconstrução estradas da história do Estado, dito e repetido por um ás em matéria de estradas de rodagem, o presidente do DER, engenheiro Carlos Pereira de Carvalho e Silva?
A Paraíba talvez seja o único Estado do Nordeste a ter todos os seus municípios – são 223 – ligados através de asfalto. Quem viaja sabe que as estradas são uns tapetes. Será possível que Raniery vai dizer que as estradas da Paraíba não prestam?
Será que o líder da oposição terá a coragem de pregar o discurso de que a saúde na gestão socialista é pior do que nos governos de Zé Maranhão (MDB) e do “finado” Cássio Cunha Lima?
Raniery é contra o Trevo das Mangabeiras, o Viaduto do Geisel, a reforma do Almeidão, o Parque Paraíba, o Centro de Convenções, o Binário de Bayeux e o Hospital Metropolitano de Santa Rita?
Perto de nós, será contra a UPA, o contorno viário João Pedro Teixeira, prédio novo da Ciretran, a Escola Técnica Estadual Dom Marcelo Pinto Carvalheira, as reformas das escolas John Kennedy, Monsenhor Emiliano de Cristo, Antenor Navarro e reconstrução de todas as estradas da região?
Será que o deputado é contrário ao programa Empreender-PB, que já investiu na micro e pequena economia paraibana mais de R$ 100 milhões e contra a política de governo do Orçamento Democrático Estadual, que deu voz a José, Pedro, Maria, Antônio, João, Ernestina, Josefa, Odete…?
Não, eu não quero acreditar que Raniery fará oposição ao programa Gira Mundo, que assegurou e assegura intercâmbio a centenas de estudantes, filhos do povo, muitos que nunca haviam entrado num avião, que tiveram a oportunidade de conhecer novas culturas, de estudar na Europa e noutros continentes.
O que vão ganhar a região do Brejo, a cidade de Guarabira e a Paraíba com a sanha de Paulino em fazer oposição a qualquer custo a um governo, a um projeto que é aprovado pelo povo?
Por acaso o parlamentar é contra ao pagamento rigorosamente dentro do mês trabalhado, desde janeiro de 2011, quando do início da gestão de Ricardo Coutinho?
Em vez de se apresentar como líder dos opositores na Paraíba, não seria a hora de Raniery fazer uma autocrítica e resignar-se?
Não seria a hora de reconhecer que a Paraíba deu uma resposta didática à velha política e admitir a derrota da casta?
Jota Alves é radialista com passagens pelas rádios Constelação FM e Rural AM de Guarabira, Tabajara de João Pessoa e jornais Folha do Brejo e Jornal da Paraíba. Atualmente é editor e articulista político do Portal 25 Horas.
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